Nesta hora tardia da antecedência,
Do ser que há-de vir, chamemos-lhe dia,
Fruto de um desmaio de sonolência,
Eu e outro eu ao vento que zunia.
Trouxe a noite aromas da adolescência,
Neste silêncio que estala e chia,
E algures entre a saudade e a demência,
Há-de haver a terra da fantasia.
Tomaram-se as dores à tragédia,
Defuntos que somos nesta comédia,
De paz feita em caveiras sorridentes…
Houve um tempo em que havia enciclopédia,
E nela te busquei por entre as gentes,
Ainda que sem alma nem corpo assentes.
24 de Julho de 2023
Viriato Samora