Quem nas noites do assombro me tomou
Nos braços cansados de tantos dias,
Tantos anos, tristezas, alegrias,
Foi maldito o anjo que o petiz guardou.
Fui crescendo e minha avó pelas pias,
Como pena o dedo nelas molhou;
Tanta cruz nesta fronte desenhou,
Que fui crendo por aí no que dizias.
Depois fui parvo ou fiz-me, já não sei,
Contigo chorava e também sorria,
Meus actos paridos por orações…
És o deus traidor de quem me vinguei,
Busquei-te o olhar enquanto te mentia,
Só medimos forças sem compaixões.
21 de Abril de 2010