Este soneto é para quem ficou,
Esperando sem tempo a boa-nova,
Tanta espera, mas ninguém regressou,
Servindo de consolo a pobre trova.
A uns disseram para chorar sem prova,
Porque ao peso do denodo tombou,
E mesmo sem corpo deram-lhe a cova,
Mais a lápide que o eternizou.
Uns nos mares sem fundo, outros nos ares,
Nessas guerras, pelas terras da Terra,
Do próprio amor, quem não se perdeu?...
Diz quem sofre, do alto dos seus pensares:
Deus, tudo perdi no olhar que se encerra,
Sem saber se vive, sei que morreu.
07 de Março de 2011