Os meus ossos são nesta carne estacas,
Pêndulos ocos que arrastam grilhões,
Hirtas tochas no breu, vivos clarões,
De raras forças ocultas e parcas.
Serão as traves-mestras dos caixões,
Forças minhas incógnitas e fracas,
Meus escudos e espadas se me atacas,
E imperceptíveis cinzas nos torrões.
Ossos nossos, sempre cascas de nós,
Com marcas indistintas dos avós,
Eis que nas sepulturas ainda vivem…
Como a Fénix que vem do fogo atroz,
Renascida e bela, segundo dizem,
Como todos os sonhos que se pintem.
14 de Outubro de 2009