Sonetos : 

Quanta água nos meus olhos habita?

 
Quanta água nos meus olhos habita?
Donde vem o veio, onde a nascente?
A chuva não é muito diferente,
Nem o sol inclemente que a suscita.

Não sei o que a faz brotar, o que incita
Ao pingar fremente, quase em corrente,
Indomáveis devaneios da mente?
A dor que não se quer, mas não se evita?

Lágrimas, suores, sangues, tudo águas,
Mesmo os vinhos são águas de Lethes,
E das águas veio a criação…

Por isso sobre águas pousam mágoas,
Afundam-se como corpos inertes,
Numa sempiterna renovação.

25 de Maio de 2011

 
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ViriatoSamora
 
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