No rosto deste papel aparece
invisível a imagem, sonegada
ao direito do dia que alvorece,
Ao dever duma alegria abençoada.
Desenhada a sangue negro embevece
o olhar mortiço à lágrima assomada,
Que se afigura ser e não parece,
Riscada sobre a palavra então soada.
Nessa face em que o sonho se cumpriu,
Anos de lonjura não esquecida,
Renascido por um afago mudo…
Nessa face tua que seduziu,
A sedução entre mundos perdida,
És rosto de nada e és corpo de tudo.
29 de Janeiro de 2023
Viriato Samora