Eu sonho ser a nunca dita frase,
Ou a consoante que não se aproveita,
Aquela que torna a rima perfeita,
E então serei deus e já não um quase.
Inverto o mundo e sou a sua base,
Esgano o cosmos com a mão direita,
A História, é certo, não me respeita,
A não ser que com a esquerda a atrase.
Ao teu ventre, mãe, passo a dedicar,
Mil odes de alegria reprimida,
E outras tantas de tristeza contida…
Nas vezes que me lerem parto a voar,
Tão livre e sem conseguir agarrar,
A imensidão do segredo da vida.
17 de Junho de 2011
Viriato Samora