Sonetos : 

Na cama da ausência prometida

 
Na cama da ausência prometida,
O teu cheiro evocado na ilusão,
Dum amor malogrado e dado em vão,
Aconchega a almofada arrefecida.

A sombra da tua sombra no chão,
E o corpo do teu corpo já sem vida,
Marcam para sempre cada batida,
São as marcas mais cruéis da paixão.

Foste como a janela que se fecha,
Em breu de alma que o sol teima em fender,
Quando pela porta era a tua entrada…

És eterna como a flor que se deixa
(Porque há muito caminho a percorrer),
Abandonada na berma da estrada.

27 de Maio de 2011


Viriato Samora

 
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ViriatoSamora
 
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