Lembras-te da bujarrona soprada?
Coisa maldita de que te falei
Há dias, numa noite enevoada,
Naquela noite em que me massacrei.
Ou fui massacrado por um tornado,
Imerso no nada em que me tornei,
O que digo e faço é decerto errado,
Tão certo como o que já te ensinei.
Mas voltando à vela desconhecida,
Feita ao vento, como tu feito à vida,
Libertos de padres da Inquisição…
Zarpamos na noite, nossa querida,
Rachas na proa o breu como um trovão,
Enquanto me estendes à popa a mão.
24 de Fevereiro de 2015
Viriato Samora