De porcelana a face ou talvez cera,
Sobre teus dedos bem entrelaçados,
Dos teus cabelos longos, perfumados,
Do teu corpo que alguém ali estendera…
Na tua boca lábios pousados,
No instante em que uma lágrima escorrera;
Fez-se noite, mas não anoitecera,
Foram sombras de asas de anjos curvados.
Quem bem te vela, sobre ti não chora,
Chorando te o digo nesta tua hora,
Sob a luz eterna que te alumia…
Tudo em ti foi um sopro de magia,
Foste quimérica, foste a fobia;
Resta-me o tempo da tua demora.
23 de Dezembro de 2010