Dados ambos ao mote do luar,
No xadrez das palavras receosas,
A torre ali sem ninguém a guardar,
Tudo pois se criou em belas prosas.
Voando em teu redor, como mariposas,
Que só vêem o mundo na flor sem par,
Foram-se em ti escrevendo as minhas glosas;
Maior do que o teu mar, meu navegar.
Mas ínfimo a teus olhos, porventura,
Escutando a música que calaste,
Medonha a torre, ergueu-se em meu contraste…
Foi o acaso, talvez a aventura,
Do desafio à dor sem ter a cura;
Quando olhei vi a bandeira a meia haste.
12 de Março de 2010