Suave candura do beijo dado,
Na inocente idade que não se tem,
Neste instante em que nada à mente vem,
Nesta hora em que o depois será passado.
Vivo-te, meu nascente postergado,
Também tu no meu casulo refém,
Meu cancro doce assim alimentado,
Como eu fui no útero de minha mãe.
Tomado pela insone sonolência,
Que dita a desdita sem complacência,
Na infinitude da sua mão terna…
Este animal que sou e não hiberna,
Busca sem candeia na noite eterna,
A presença anímica da demência.
08 de Junho de 2009