Não acredito em ninguém nem em nada,
Cerram-se-me os punhos e ranjo os dentes,
Sou o mais doente entre todos os doentes,
Até a minha própria alma é danada.
Dou mau hálito ao mundo, não o sentes,
Oca felicidade desmembrada?
Volátil sombra, crua e desalmada,
Vaidade ignóbil da gente entre as gentes.
Mea culpa sem peso nem medida,
O meu gozo é ao mundo virar costas,
E entregar-me às rimas com olhos cegos…
Ver-se-á para sempre por aí, sem vida,
A parte do que fui, de que não gostas;
Os meus egos no ar suspensos de pregos.
20 de Setembro de 2010