A última porta antes da noite caída,
A que bato e pergunto por alguém,
Sem nome, sem rosto, sem voz também,
A última depois da noite sofrida.
Venho pedir o dia que não vem,
Refúgio à noite perseguida,
Paz eterna da noite renascida,
A última porta entre o mal e o bem.
Porém veio um não-sei-quê, não-sei-donde,
Dissipando o nevoeiro da miséria,
Sombra humana nua de cerimónia...
Não há lugar agora onde se esconde,
Vivo riso dessa coisa tão séria,
Vinda à porta nessa noite de insónia.
15 de Outubro de 2018
Viriato Samora