Penso e todo o pensamento me escapa,
Por entre os dedos da razão, seu freio,
Nada vem de bonito nem de feio,
Grudou-se-me o nada como uma lapa.
Busco-me na noite em que me passeio,
No céu olhos postos, soberbo mapa,
Ursa maior, menor, pérfida sapa,
Sinto o pulsar do infinito e bloqueio.
Tão desordenado, sem coordenadas,
Ainda ecoando palavras silabadas,
O amor ao ódio não mais se esquece…
Sob as estrelas, calcando as calçadas,
Roubo o grito e grito Desaparece!
E chamem loucura ao que chamo prece.
04 de Agosto de 2010