Tudo dorme e a noite pestaneja,
Seduzindo a lua insone que brilha
No galáctico oceano, perfeita ilha,
Candeia do gajeiro que boceja.
Vem florindo a aurora que se festeja,
Pelos palmos do mundo que se trilha,
Também ela perpétua andarilha,
Do faro meu, onde quer que eu esteja.
O sol vingado do cosmos escuro,
Para o dia empurra-me, a contramuro,
Virando e revirando-se a ampulheta…
Até que o ocaso faz uma careta,
A luz se assusta e dá a volta ao planeta,
E nesse momento me transfiguro.
25 de Março de 2010