Dos ares quentes livores brotaram,
Impiedosa a divina orvalhada,
As pedras brutas quase fumegaram,
Nenhuma nuvem se avistou, caiada.
A natureza sedenta, abençoada,
Todas as vozes em coro se entoaram,
E o perfume da terra molhada
Uniu-se às brisas que se levantaram.
Passada aquela já vespertina hora,
Em que o céu libertou os seus ribeiros,
Sorveu-se a paz profunda dos mosteiros…
Carvalhos, pinheiros, choupos, sobreiros,
Toda a fauna e toda a profusa flora,
Sabem de cor que o Verão também chora.
17 de Agosto de 2010