De nenhuma rima o teu nome é dono,
Por tão diferente a alma, quase insana,
Um terramoto que o meu peito abana,
Numa indistinção de sonho e de sono.
Maravilhosa imperfeição perfeita,
Rima fácil, bela, complexa e louca!
Mas não declamada por qualquer boca,
És curva e eu vejo-te tão direita.
Descida do Monte, como uma loba,
Faminta de tudo e do que não sabe,
De olhar assustado, vivo e profundo…
Tímida na presença que me rouba,
Forte um sentimento que aqui não cabe,
E tão única entre os bichos do mundo.
17 de Dezembro de 2019
Viriato Samora