Sonetos : 

Nenhum sopro de vida fecundada

 
Nenhum sopro de vida fecundada,
Nos antípodas da terra bendita,
Nem luz entre as mortalhas penetrada,
Ferem de morte a tristeza infinita.

Amorfa a voz na boca amordaçada,
Em busca da palavra nunca dita,
A tristeza no rosto disfarçada,
A alma sufocada que emerge aflita.

Mas na perdição tão viva e iminente,
Singrando num mar de gente indiferente,
É Diógenes erguendo a lanterna?...

Não. Sem cinismo e numa voz tão terna,
Lançou-me a boia flutuante e eterna,
E estendeu-me a praia, naturalmente.

15 de Dezembro de 2006

 
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ViriatoSamora
 
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