Sonetos : 

Um gesto curto numa sombra ausente

 
Um gesto curto numa sombra ausente,
Dois passos estalados numa sala,
Um relógio exausto que se cala,
Tudo num odor a morte recente.

Olho o espelho que não me faz presente,
Deixei por aí a alma e cá vim buscá-la,
Refulge o sol na cápsula da bala,
Lançada ao chão como úbere semente.

Levantada a janela guilhotina,
Sobre o invisível pescoço assomado,
Quão magnífica a vista contemplada…

Ali, onde nenhuma flor se inclina,
Dizem estar um corpo sepultado,
Foi por fim a minha última morada.

21 de Março de 2011

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
40
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.