Já não sei se estou morto se estou vivo,
Neste embalo de descrença e de fim,
Liberto e dum sentimento cativo,
Que deus um dia lançou sobre mim.
E pensar que tudo foi com um poema,
Sonhado, desenvolvido e vivido,
Na força poderosa dum fonema,
Que tantas vezes te disse ao ouvido.
Tudo é uma fogueira viva e imensa,
Que o vento de amor bruto faz dançar,
Ao som da alegria e da treva densa.
E quando a faz o frio fraquejar,
Uma acha divina furta-lhe a doença,
Pois que está morta por ressuscitar.
04 de Outubro de 2000