Carpem-me róis de hipócritas lamúrias,
As cinzas brotam da terra madrasta,
Faz-mas o fogo que tudo devasta,
Até o amor nas pontas das injúrias.
Ah! Prazer, que és um verme que se arrasta,
Pelos becos dos peitos das centúrias,
Poderoso e implacável como as Fúrias,
Dás choro ao riso de quem não diz… Basta!
Há que fugir, buscar couto no Olimpo,
Dos mortais deuses que sem ler souberam
Pôr-te ao lado do fado que me deram...
Tantas dúvidas e enganos imperam,
Formas disformes num céu que era limpo,
O tal com quem e por quem me garimpo.
01 de Julho de 2010