Sonetos : 

Secou a fonte onde a pena bebia

 
Secou a fonte onde a pena bebia
E provinha a luz que guiava os passos;
Agora, onde tanto amor se bem via,
Vem o silêncio em longos compassos.

Moribunda anda esta pobre poesia,
Como um corpo que luta e baixa os braços,
Que esperava a doçura, mais que a azia;
Ai amor! Tão forte e estás em pedaços…

Sem carácter, de ventre rastejante,
Agindo oculto pela sombra nocturna,
Tal como o indigno ser aviltante…

Chegado, apresenta-se à luz diurna:
Sou o ódio, teu cavaleiro andante,
E venho acompanhar-te até à urna.

04 de Outubro de 2001

 
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ViriatoSamora
 
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