Amanhã, quando o dia nascer claro,
Com todo o esplendor da alegria muda,
E tudo te parecer belo e raro,
Deus, por ti absorto, te observa e estuda.
Eu vivo na noite do meu amparo,
A mesma que te desenha e desnuda,
Assim é sentido, assim o declaro,
Em prazer extático, em dor aguda.
Irás pelos campos da eternidade,
Desbravando caminhos com vaidade,
Amazona desabrida em ternura…
Ontem ficou proscrito na saudade,
O nada dito, o gesto, a minha jura,
No âmago do sonho vive a loucura.
11 de Julho de 2021
Viriato Samora