A cabra mais reles das insolentes,
Esgarça-se nas camas dos alheios,
E imagina nos tectos deprimentes,
Quão valem em ouro vis gorjeios.
Desregra-se às escancaras da gente,
Pendem tetas dos mais suados seios,
Crente num prazer que ali já não sente,
O pão trocado por tostões e arreios.
Tanto oferece as carnes a retalho,
Assassina da sua dignidade,
Em cada fornicação estouvada…
Que só mesmo votando ao abandalho,
A ela, parida já sem virgindade,
E a esta triste e exímia cegada.
08 de Abril de 2010