Chamo-te pelo nome que inventei,
Num movimento rápido, um esgar,
Com a febre do ócio, já não sei,
Se este meu chão firme é céu, terra ou mar.
Chamo-te pelo nome sem falar,
Sussurra-lo na boca que calei,
Com beijos não dados na voz do olhar,
No afago, no gesto que então jurei.
Trago-te pelo vento que te leva,
No ocaso das pontes que não te ligam,
Na garupa do eco que te anuncia…
Mostras-te na montanha onde mais neva,
Para onde nem os proscritos emigram,
Chamo-te sem nome, com nostalgia.
22 de Janeiro de 2022
Viriato Samora