Sonetos : 

Fujo no tempo, ausento-me do espaço

 
Fujo no tempo, ausento-me do espaço,
Algures no meu feudo inexpugnável,
Empoeirado por chãos onde não passo,
Rendo-me à gravidade insuperável.

Beija-me a ironia e ajeita-me o laço,
Esse enfeite da corda insuportável,
Diz-me que o amor vale por ser escasso,
E esfuma-se num fragor entranhável.

Corro, trepo, salto, desapareço,
Esvaí-me e nenhuma sombra me viu,
Nem a morte, mas mesmo assim sorriu…

Quero a luz duma vela sem pavio,
Quero viver do fim para o começo,
Quero ser eterno em tudo o que esqueço.

01 de Outubro de 2010

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
23
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.