Quando o destino enfim te retornou,
Vulto onírico pelas coisas gasto,
Um cadáver putrefacto estacou,
Erguido da sepultura, nefasto.
Todo o pulsar comigo ali parou,
E naquela fracção do tempo vasto,
A razão valente não se quebrou,
Trouxe à porta o animal, por arrasto.
Com todo a força que tem a razão,
Sempre enfrenta em batalha o pensamento,
Num hiato que seja a vida inteira…
Arruína o esquecimento o coração,
Consomem-se no lume eterno e lento,
Ó sentimento! És a última fronteira!
28 de Março de 2025
Viriato Samora