Sonetos : 

Do ninho da alma, sem saber voar

 
Do ninho da alma, sem saber voar,
Um pobre coração caiu ao mar.
Bateu as asas, conseguiu boiar,
Ainda me olhou antes de se afundar.

Feriu-me o remorso e fui mergulhar,
Furei um cardume sem respirar,
Lá o vi depois de muito nadar,
Num banco de coral a estrebuchar.

Abri o peito para o meu tirar,
Disse-lhe Está quedo, vou-to trocar,
Morto o meu, contigo ainda posso amar…

Ele esperançava e eu pus-me a chorar,
O tempo desdenhou, pôs-se a passar,
Fez-se a troca, mas ficámos sem ar.

09 de Setembro de 2010

 
Autor
ViriatoSamora
 
Texto
Data
Leituras
13
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.