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De paixões,medo de vômito e tristeza.

 
Fumaça empareda meus pulmões acercando-se de tudo,
Assim como a tristeza apodera-se de vidas e mortes,
Olhos cansados e doloridos vendo através da neblina de devassidão esvaziada,
Contemplam tua formosura e lamentam.

Causando um tipo distinto de dor espiritual,
Trespassando o jardim feito bisturi afiado extirpando tumores tardiamente,
Desfaz o sol, a tua voz perpassando por meu ser inebriado em paixão, em outra e última,
Despede-se entregando os pontos.

Cabelos cacheados e tatuagens espalhadas
O seu corpo e sua personalidade povoam sonhos,
Estou sozinho retornando para casa e não tenho forças mesmo para masturbar-me até adormecer,chorando estremecido de ódio,
Tombado pelo frio, escuro mais que túmulo,
Sem flores ou visitas, atenuantes e estupefações,desânimo e conformismo irrecuperável
De sinais com a cabeça pendente e lágrimas em silêncio.

O estômago rejeita o que consigo engolir
vômito seca em meu colchão junto com qualquer esperança apodrecida,uma camada espessa de algo entre muco e sangue coagulado,
É tudo que resta de um futuro incerto,
É tudo que tenho ao meu lado.


 
Autor
RaimundoSturaro
 
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Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 03/08/2008 02:33  Atualizado: 03/08/2008 02:33
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: De paixões,medo de vômito e tristeza.
Querido poeta

Sei que o poema é triste, mas este
ultrapassou a tristeza em tanta
melancolia que li...Gostei!!

beijinhos no coração



Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/08/2008 07:15  Atualizado: 04/08/2008 07:15
 Re: De paixões,medo de vômito e tristeza.
Tenho vindo a acompanhar, com toda a atenção os poemas que RaimundoSturaro (Nome real ou ficcionado, que importa)vem publicando neste espaço. Aprecio, a sua força e beleza, mas sobretudo a fidelidada e rigor dos estados de alma que poeticamente induz, só possível num poeta fora do comum. Na resposta a comentário de ÂngelaLugo Raimundo vai mai além e mostra o poeta genuíno que é, fazendo jus ao imortal Pessoa que disse ser o poeta um "finjidor". Maior poeta é o que mais e melhor finge, acrescento eu.Estará Raimundo a preparar-se para criar heterónimos? Pretende Raimundo que o leitor o confunda com os seus heterónimos? Só ele o poederá dizer. Em poesia, como eu também o sei, imensa é a distância entre o poeta e os personagens que cria! Ou será que não é nenhuma?Certo é que o processo criativo não tem limites. Um abraço

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/08/2008 17:49  Atualizado: 04/08/2008 17:49
 Re: De paixões,medo de vômito e tristeza.
Caro amigo e poeta Raimundo, queria eu dizer tbém que achei muito melancôlico o q escreveste, e que a tristeza me dominou, li o q escreveste à querida amiga poetisa ÂngelaLugo e todo o sofrimento descrito no texto, tanto no seu quanto na sua resposta. Mas prefiro pensar como nosso amigo e poeta Henrique Pedro, que "todo poeta é fingidor" prefiro pensar que no seu mais sublime momento de inspiração, escreva poemas góticos como maneira de estravazar. Sendo assim surge poemas de conteúdo peculiar de prender a atenção de quem admira a leitura gótica ou sombria. Por mais que esteja vivendo o sofrimento em questão, o poeta deverá eternizar toda e qualquer palavra registrando o momento. Ligue-se em momentos bons, os maus momentos é passagem. Pense se eu partir, será apenas um dia de sofrimento de alguém. Mas nunca será "seu" sofrimento, pois vc mesmo não verá sua partida. Então o que importar partir se eu não poderei ver o quanto estão sofrendo por mim. Ficarei e encantarei o mundo escrevendo e sendo eternamente poeta e fingidor do meu próprio mundo! Talvez vc não queira ler isso mas considero que ficar no mundo é a melhor maneira de fazer com que todos nos engulam e se não nos amarem então que nos vomitem. Bjs