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E eu corro sem nunca olhar para trás, não o posso fazer porque me faltarão as forças, corro sempre em frente faça sol ou chuva e na sobrevivência ninguém me olhará. Beijinho Antónia

Texto muito bem escrito, numa linguagem forte mas simples, que torna leve o peso do conteúdo.

Parabéns, Antónia!

Um beijinho

Deixaste escorrer a alma no papel em cumplicidade com as palavras que nos olham e te mostram humana e corajosa. Beijinho

Cansei-me de raciocinar.”
“Pergunto, quem me olha na sobrevivência.”

Não é fácil comentar este texto.
É um desafio, um risco, podemos sempre deturpá-lo e magoar quem o escreveu.
No entanto, peguei nesses dois versos, e vou usá-los como se fossem meus.
Tenho um poema que diz o seguinte: “Tanto de tolo queria ter”
Também tenho dias que não quero pensar, a vida enterra-me em emoções que não podem ser traduzidas em palavras, o desgosto é tão profundo que as palavras teriam que ser novamente inventadas, o mundo não é um defeito, mas não é o meu mundo. Sinto-me uma reencarnação de uma personagem que na outra vida era quem sabe um cruzado morto ou decapitado, em busca de uma fé que não existe neste mundo. Agora, neste novo e imenso querer que todos cobram dos nossos comportamentos não há direito à diferença, somos “sensíveis”.
Estúpido, passa a vida a pensar…

“Tenho dias que morro apenas,
Noutros, parto com outros sem rosto,
Procuro um dia bem-aventurado
Onde o pecado seja mortal.”


Assim pergunto a quem me olha, e com que olhos me reconhecem: sou um sobrevivente?
Dias tive, que mais não queria ser do que Florbela Espanca…
Olho-me na sobrevivência.

Um beijo

JLL

Excelente texto!

Bjos