Água
Recitado por: Ana Carina Osório Relvas
Chove ouro, espiem, está tudo,
Está tudo cor de mel, apreciem
Ninguém desenha a paisagem?
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Um pingo clarão, caiu ao chão,
Mas mais pingo ou menos pingo
não irá converter minha canção,
Nem vai deixar de ser domingo
porque caiu mais pingo no chão,
Por mim que chova de emoção,
Caia o pinguinho ou rude pingão,
Só se vão aliar as gotas do chão.
.
Só quero assim. Deixa que chova!
Que eu quero ouvir a trovoada
e o raiar da altura bem irritada,
Os raios como o polir em prova
e zonzos estrondos como sinal,
Sinal divino intensamente especial.
.
Tempo ou sejas lá quem fores!
Mostra-me a luz no meu abrigo
Ou dá-me a mão e vem comigo
Vem espiar a lua e semear flores;
Na quarta-feira a vigília é cheia.
Que chova para sorrirem flores.
.
Não consigo compreender, o louro,
As razões que levam a não gostarem
de chuva, se as gotas são de ouro!
Vamos guardar as gotas que caem?
.
Chove, e quando chove, cai dinheiro,
Dinheiro que ninguém vive sem ele!
E os pingos de água é só chuveiro?
Esta a chover e eu sinto-a na pele.
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Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
Pensas demais
As vezes pensar
faz nos pensar ainda mais
e para se tanto imaginar
acho que pensas demais.
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Pensas em mim!
tal como penso em ti!
O teu olhar doce diz que sim;
Até sei que imaginas o beijo que nunca te dei.
.
Vives a sonhar
e eu deixo-te! a imaginar;
Olha; és mesmo verso do meu versejar,
Tal como tu, eu estou a trilho do luar.
.
As vezes pensar
faz nos pensar ainda mais
e para se tanto amar
acho que também penso demais.
.
Não quero olhar o teu olhar assim,
Assim tão doce e tão longínquo de mim,
Quero tocar o teu pensamento para sempre até nos sonhos
Que sejam só nossos, intocável por todos mas vividos por nós.
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Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
Borboletas
Derrama, causa, chove!
Reluz, faz sol, me comove!
Imagina o que quiseres de mais belo!
Que eu o descrevo assim!
O céu vestia-se de bruma;
E presentemente despe-se de calor;
Ai borboletas , borboletas do amor!
Imagina-as a voar pra t’ uma a uma!
Será uma das fases da metamorfose?
Cada palavra minha é uma borboleta;
Porque um dia te lembraste de criar assim
o mais puro borboletário dentro do meu peito.
E eu vou criar um só, para tu as sentires!
Tenho infinitas palavras presas a mim,
Deixem-se estar minhas violetas,
Um dia vou deixar voar para ti cada borboleta;
e quem sabe não consigas mais parar de pensar em mim.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
Primavera viajante
A época triste quase se rindo,
Cai borboletas de tantas cores!
E descendem hodiernos amores,
Pudores ou primores, florindo!
E aprecio a primavera em lágrimas,
O céu ortografa a alma nas rimas!
Provo o céu com o meu desfocar
desenlaço a alma sobre o mar.
Pressentimento? Que aperto é este?
Repleto de aromas sedutores
Deixa- me ou sufoca-me com flores!
Vai-te embora mas abraça-me,
Leva assim, o que sinto por ti;
Volta e sonha como te ama-se!
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
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Sombra
Tornei-me um ser tão observador que nem imaginam o que vejo mais para frente... Só fico admirada com a quantidade de pó de estrelas que é preciso para se ver estas sombras ...
By.acor
https://acor13.blogspot.com/2019/07/sombras.html?m=1
Deixe-me acreditar
Há sol, descosa as pálpebras!
O brilho milho, venda!
É verídico não uma Lenda;
Relaxe e pressione as tempuras.
Deixe-me acreditar,
Deixe-me comunicar
consigo em pensamento;
quando pelo ouvido passar um sopro,
sou eu, deixe-me estar perto de si, assim,
Eu prometo que vou fazer
Você nunca me esquecer.
Eu senti, você passar por mim,
E deixou o seu perfume no ar;
Você aconchego-me, despindo o mar
Nem consigo calcular, assim.
.
Deixe-me acreditar,
Deixe-me comunicar,
consigo em pensamento;
quando pelo ouvido passar a maresia,
imagina a mais bela declaração de amor!
Eu prometo que vou fazer
Você nunca me esquecer.
Pense, sinta e vença!
Usa toda a sua intuição para o fazer;
Não vai perder o que já é seu;
Aventure-se e olhe o céu!
Sei que há muitos gritos, não gritados!
Há muitas lágrimas, não choradas!
Há muitos silêncios, com gritos abafados!
Deixe-me acreditar,
Deixe-me comunicar
consigo em pensamento;
Quando pelo ouvido passar o som do mar,
sou eu, deixe-me estar perto de si; assim,
Eu prometo que vou fazer
Você nunca me esquecer.
Escute o mar;
o meu respirar, o meu doce pensar!
Vou dizer a você uma coisa
Mas só a si,feche os olhos (...)
Ana Carina Osório Relvas /A.C.O.R
Papoilas
Dói demais a voz como uma escultura,
Mas se dói agora serve de leitura;
Dói as lágrimas engolidas pelos olhos.
E os ópios percebidos na pintura?
Dói, não dói? Dói, não dói? Dói, não dói?
Eu conheço essa dor que dói mas não dói!
Dói mais que um ferimento em carne viva
Como tulipas dilacerando de feição criativa.
Campos pintalgados de uma beleza incalculável
Cheios de tons cativantes mas é tudo mentira
Todas as papoilas intimamente encobrem mentira;
É tudo mentira, mentira, mentira insuportável.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
https://acor13.blogspot.com/2017/09/do ... mo-uma-escultura-mas.html
A cor púrpura
Desenhando numa nuvem
de algodão doce e pura
flutuava no céu,
doce e cor púrpura!
A paz reinava no céu,
No céu das irrealidades,
Era um desenho meu,
teria realidades?
A cor mística da minha alma
é a cor púrpura porquê?
Eu não sei, eu não sei mas
Sei que pintava quase tudo de cor purpura.
Pensando em ti, meu amor,
dilatando a minha dor,
estava a ficar tudo sem regra!
Que a nuvem ficou mais púrpura,
Agravando a situação e sem regra
Meus olhos sangravam a cor púrpura!
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
https://acor13.blogspot.com/2017/11/a-cor-purpura.html
Invisível
Imagem Google
Sou invisível,
Quando o quero é ser paisagem,
Transparência flutuável,
Género de camuflagem.
Seus olhos, olha-me,
E não se escuta o vai para além do seu silêncio,
Quero o dom de te ler interiormente,
É um refletir vitalício,
Que foi criado na mente.
Sou obcecada por o teu falar, (…)
Preciso de me sentir visível,
E não sentir o teu calar,
Quero apenas uma palavra possível,
Que me aconchegue a minha invisibilidade.
By- Ana Carina Osório Relvas (A.C.O.R)
E eu sinto!?
Quando não sei o que falar
falo de ti, já que estas sempre
a brindar no meu pensar,
E compões melodias de estares sempre presente;
Minha mente está desconcertada
Que por vezes desligo-me do exterior
Para arruma-la mas não dá em nada,
Juro que não sei se é amor,
Ou que raio é isto, que me deixa tão despistada!
Como é possível ter algo para arrumar,
Se toda a hora sinto-te, no meu pensar?
as vezes nem sei como aguento este peso,
este peso que só me faz lembrar de ti.
Eu não vou dizer que te amo,
Porque não sei, não sei o que é isto!
Eu não sei o que é isto?
Ou não quero ver que te amo?
Eu nunca vou ver o que é o amor,
Porque o amor não se vê,
O amor sente-se,
E só quem sente, é que sente, o que é amor.
Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R