Eterno pesadelo
A dor sufoca-me a alma
As lágrimas descem lentamente por meus olhos
Traidoras, silenciosas
Fingem acariciar-me, mas estão a destruir-me lentamente
Impiedosamente...
Ninguém é capaz de entender o que sinto
Ninguém percebe o quanto necessito de um abraço, de uma palavra de consolação
A verdade é que estas pessoas que passam apressadamente por mim
Já não mais se importam com os sentimentos
de seus semelhantes
Estão ensimesmadas, presas dentro de si mesmas
O egoísmo tinge-lhes os olhos
Com a podridão da insensibilidade
Vivem suas vidas e se esquecem dos excluídos e desiludidos da vida
Não acordam para a realidade
E o eterno pesadelo continua...
O que é ser?
O que eu sou?
Sinceramente não sei
Não sei o que sou
Não sei se sou
Não sei se quero ser
E ainda não sei se serei
Mas, o que é ser?
Existir? Ter consciência de tua existência?
Ou é simplesmente desejar ser?
Desejar existir?
Ninguém entende a vida
Mas, todos querem padronizá-la, rotulá-la
Equacioná-la, a transformar em teorias
A vida não é equação, não é ciência
Política ou religião
É muito mais do que podes imaginar, pensar ou achar
A vida é viva
Portanto, pulsa, edifica, contraí-se
A vida é mais que o infinito
Uma mistura de momentos, sentimentos e sensações
Não há como explicar o que é a vida
Porque não há como explicar o que é o infinito
Não somos um ser
Somos a vida em si.
Amor por que não me vês?
Amor, venha se perder na noite comigo. Venha se afundar no abismo da insanidade e da inexistência. Admiremos o Sol, porque nem ele é eterno. Vivamos o hoje, o amanhã não existe mais, porque não há mais a consciência, a verdade, a esperança. Estamos todos mortos, desiludidos, perdidos na noite escura que não quer terminar. Podemos fingir que está tudo bem se você quiser; fechar os olhos e sonhar. Amor talvez haja esperança para nós. Talvez haja esperança, talvez nós é que não queremos a ver. Devemos ter fé, mesmo com o mundo se desmoronando perante nossos olhos e dentro de nós. Amor! Eu poderia dizer esta palavra por toda a minha vida. Mas, não a vida para se vivida e o tempo mata-nos implacavelmente a cada volta do relógio. Segure a minha mão, querida. Se você não a segurar, eu cairei no chão. Eu desmoronarei... Sem tua respiração, sem tua presença a minha tênue vida se esvai. Estamos tão próximos e ao mesmo tempo tão distantes. No mesmo bote, mas remando para direções opostas. Tenho uma leve impressão de que não me vês. Se você esticar seu braço poderá me tocar, estamos tão próximos, mas parece haver uma grossa camada de gelo entre nós. Meu amor por ti é tão intenso que se permitisses a derreteria. Por que não me ouves? Por acaso, falo uma língua desconhecida? Por que não me vês? Serei eu invisível? Ou será simplesmente, você que não quer me ver e nem ouvir? Não sei.