Poemas, frases e mensagens de Upanhaca

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Upanhaca

No raiar da primavera encantada

 
No raiar da primavera encantada
 
Minha flor querida,
Te procurei no brilho dos sóis,
Nas pétalas de girassóis
E no raiar da primavera encantada

Porém, lá no alto da serra
Repartias teus carinhos aos beija-flores,
Ao ver-te sorrir abraçada aos teus amores,
Meu coração se perdeu na tua beleza rara

No fundo da minh’alma, te elegi deusa da beldade
Rainha de toda a beneficência
Razão da minha existência

No culminar da minha felicidade
Lembrar-me-ei com toda humildade
Teu encantado sorriso de sereia

Adelino Gomes-nhaca
 
No raiar da primavera encantada

Um querer que se perde na ausência

 
Um querer que se perde na ausência
 
A solidão invade, cresce e aperta,
Os desejos se multiplicam
O coração sofre em silêncio,
A dor dilacera a alma

Noites se tornam longas
Sonos a meio gás,
Vagueiam pensamentos
Nas penumbras da incerteza

Sonhos retardados
Em reencontras agendados,
Adiados se a presença for
Deglutida pela eterna ausência

Com o patinar do amor
No lamaçal da incerteza,
Coração chora lágrimas d’ouro
Por um querer que se perde na ausência…

Adelino Gomes-nhaca
 
Um querer que se perde na ausência

Amor é rosa, dizem outros

 
 
Verde é o amor
À primeira vista,
Rosa, dizem outros

“É fogo que arde
E não se vê”, dizem
Conceituados poetas

Pra um apaixonado,
Verde, rosa ou fogo
Não interessam,
Desde que cabe
No coração vermelho

Adelino Gomes-nhaca
 
Amor é rosa, dizem outros

Templo das letras

 
 
Não passeie em vão no templo das letras,
Pise manso no chão letrado,
E no espírito, expede o mal configurado
Pelo olhar que semeia pedras.

Dispense calhaus lacrados de ódio
Na tua caminhada de leitor explorador,
E colhe sementes repletas de vigor
Que levarão teu diário ao pódio.

Vá confiante pelas bordas,
Mas ausente-se das manhas de superioridade
Que tragam a tona, a tua vulgaridade.

No templo das letras bordadas,
Reina espírito de fidelidade
Ao manuscrito que dispensa parcialidades.

Adelino Gomes-nhaca
 
Templo das letras

Os males do divórcio

 
Os males do divórcio
 
Falar da vida construída no altar
Parece fácil, palavras soam bem
Alianças ganham brilho, na alegria
Traçam-se futuro rico em sonhos

Quimera ganha asas na paz d’alma
Família cresce na alegria do Senhor,
Trocam-se mimos, vontades e desejos,
Amor flui ao olhar querido das crianças

Chegado a hora de desfazer o nó feito no altar,
Tudo é esquecido, começa a luta de papéis,
Crianças assistem aturdidas a contenda dos pais

Vertem-se lágrimas, arfam corações inocentes,
Que futuro pra esta pequenada desamparada!
Esquecer o divórcio é amar o fruto do amor

Adelino Gomes-nhaca
 
Os males do divórcio

Doce como o quebrar do tempo

 
Doce como o quebrar do tempo
 
Ó sol de maio,
Que nesta tarde raia,
Te peço um raio
Pra me bronzear na praia

E antes que a noite caia,
Farei da tépida areia
Um pé-de-meia,
Junto à minha sereia

Ó sol de maio,
Deixe cair teu raio
Sobre corpo escuro
Do meu sangue puro

E nas curvas do seu corpo,
Deixe tua marca de bronze,
Marca do teu doce carinho,
Doce como o quebrar do tempo

Adelino Gomes-nhaca
 
Doce como o quebrar do tempo

O tempo pode fintar a velhice

 
O tempo pode fintar a velhice
 
Queria falar de ti, de nós
Dos tempos idos da infância
Dos toques tidos sem importância
Dos beijos adiados por inocência.

Tempo voa sem estacão,
Quando lembro nosso esconde-esconde
No pomar de N´ha Matilde
Concluo quão forte era nossa paixão.

Passa o tempo
Passam amores e dissabores
E do passado renasce nosso eterno amor.

O tempo pode fintar a velhice-não topo,
Minha paixão por ti
Rejuvenesce quanto mais velho for o tempo.

Adelino Gomes-nhaca
 
O tempo pode fintar a velhice

O mal e os sóis da verdade

 
O mal e os sóis da verdade
 
Se o mal ocupa a alma
Não há nada que o tire,
E quando vem à tona,
Pelas bocas sem freios
Ou pelas mãos guiadas
Por mentes torpes,
Definham-se corações,
Tornam-se malditas as palavras ditas
E nenhuma norma as torna dóceis
Por mais que forem fustigadas
Pelos sóis da verdade,
A verdade nunca se esconde
Mas é escondida por ti e por mim,
Na nossa ignóbil hipocrisia

Adelino Gomes-nhaca
 
O mal e os sóis da verdade

A verdade Acima de Tudo

 
A verdade nunca deixou de ser verdade
Quer faça sol, quer faça chuva,
Resistiu ao vento leste, nunca lamentou
Foi violada, estripada, nunca chorou

Viu passar tufões que a levaram ao precipício
Mas de lá saia intacta, sempre verdadeira,
Fiel a razão, sua companheira ao longo dos tempos,
Enfrentou vendavais sem vacilar nem lamentar

Se os homens fossem verdadeiros como a verdade,
A razão andaria de braços dados com a felicidade,
O paraíso desceria dos céus pra viver eternamente na terra

Os rios correriam tranquilos pelos prados
As manhãs seriam dóceis como o cantar dos pássaros
E os pastos encheriam dos sorrisos das crianças

Adelino Gomes-nhaca
 
A verdade Acima de Tudo

Como distinguir lágrimas achadas?

 
Como distinguir lágrimas achadas?
 
No canto d’olho
Nascem lágrimas,
E numa emotiva confusão,
Pingam molhadas da razão
Que não sei dizer qual.
Pingam na dor, na alegria…
E mais, não sei dizer
Porque pingam e respingam
Sem pedir permissão aos olhos
Que olham e expelem-nas
Nos cenários da dor ou de alegria,
Por quê nascem lágrimas?
Na dor ou na alegria, pingam
Molhadas da razão, mas qual?
Achei lágrimas num pomar,
Serão elas da dor ou d’alegria?
Mais, não sei dizer,
Porque pingam e respingam
Envoltas em emoções,
Que os olhos não podem ver.

Adelino Gomes-nhaca
 
Como distinguir lágrimas achadas?

Por quê o divórcio?

 
 
Por quê se divorciam os casais?
Ao altar subiram de braços dados,
Aos olhos de Deus juraram amarem-se,
Será que o amor é mortal?

Se mortal for, o que será da paixão
Compartilhada nos momentos felizes?
Choram corações no raiar do silêncio,
E no mutismo da verdade sangram almas

Na hora de anunciar a morte discutida,
Olhos fingem não ver o passado
Nem o presente assombrado
No olhar desalentado das crianças

Família desfeita, almas perdidas
Filhos dispersos, futuro incerto,
Nos corações desfeitos sepulta-se o amor
Longe do altar que os unira na paz e alegria

Adelino Gomes-nhaca
 
Por quê o divórcio?

Sou apenas dono das minhas emoções

 
Sou apenas dono das minhas emoções
 
Por aqui vim expor minha dor d’alma,
Não sou poeta nem romancista,
Sou apenas dono das minhas emoções,
Que partilho de coração pra corações

Não sou mentor das sofridas dores,
Nem professor das discórdias
Que nasce e morre precoce,
Sou apenas um amante da poesia

Não sou fazedor das dissonâncias,
Nem árbitro das desavenças,
Sou apenas um apaixonado das concórdias
Mil vezes precisas no meu cantinho de lágrimas

Não sou juiz nem advogado do teu ideal,
Sou apenas admirador do teu mundo emotivo,
Habitado pelas emoções que brotam da tu’alma,
Dispensadas do banco de réu da comarca

Não sou guardião nem bibliotecário da tua poesia,
Sou apenas teu amigo no luzir da verdade,
Que ao ver-te partir, “faço da tripa o coração”
E nada mais acalma minha dor

Adelino Gomes
 
Sou apenas dono das minhas emoções

O nosso amor quinhoado

 
O nosso amor quinhoado
 
Minha inseparável companheira,
És dona dos meu sonhos,
Olhos dos meus olhos,
És minha escolhida hospedeira

Eu sou… jardineiro do teu coração,
Cultivador indomável da paixão
Que na tua alma, cintila de amor,
Vindo do céu nas asas do condor

Eu sou tua sede
E tu és minha fonte de águas cristalinas,
Beberei de ti, o suco que me concedes

Nas manhãs e noites de namoro
Nos prados ou no morro
Da felicidade do nosso amor quinhoado

Adelino Gomes-nhaca
 
O nosso amor quinhoado

Mãos cálidas e cheias do nada

 
Mãos cálidas e cheias do nada
 
Ando fungando sem tempo,
Tempo que não soube ganhar
Quando tive todo o tempo
Nas mãos cheias do nada fazer.

Enquanto tempo se desfazia
Como bolinhas de sabão,
Nas minhas mãos cheias do nada fazer,
Sorriam forças que o tempo levou.

Hoje, curvado na bengala do tempo,
Deambulo atrás do tempo
Pelas ruas destemperadas do tempo,
Que não quis aproveitar no tempo.

De mãos estendidas nas curvas do tempo,
Tento remediar o passado escorregadio
Com o vazio das minhas mãos
Cálidas e cheias do nada,
Por nada fazer enquanto havia tempo.

Adelino Gomes-nhaca
 
Mãos cálidas e cheias do nada

Vá em paz poeta Aquazulis

 
Vá em paz poeta Aquazulis
 
Domador de almas,
Tão cedo partiste,
Partiste sem despedir-se
Do Alentejo adormecido
Que te encantava e inspirava,
Na hora de fazer das palavras
O alimento da alma,
Que só tu sabias confecionar
No silêncio das madrugadas
Do Alentejo que te chora.
Partiste pra o azul dos céus
com o qual nos prendavas
Nos teus encantos poéticos.
Partiste, poeta aquazulis
Mas o teu legado não terá fim
No azul dos nossos corações.
Vá em paz, domador de corações
Que Deus o tenha entre os arcanjos.

Adelino Gomes-nhaca
 
Vá em paz poeta Aquazulis

Beijos sem carroço

 
Beijos sem carroço
 
Um beijo sem caroço,
É um beijo dado com alma
Um beijo de quem ama,
Um beijo lotado de afável apreço

Beijar assim,
É inundar coração da pessoa amada
Com gotículas de paixão refinada,
Com valores do querer, taxado dos desejos sem fim

Cada beijo dado, é fruto do querer
Brotado d’alma,
Sem ardor, que deixa corpos em flama
E, nas coisas do amor, não há nada a temer

Cada beijo suado,
É um beijo molhado de amor,
Que se desprende d’alma com todo o vigor
Pra aquecer o coração do ente amado

Beijar não se aprende
Nem tem fronteira,
Beijar, é entrega total ao parceiro o parceira
Nas noites de luar, que nos surpreende com sua magia

Beijos, sussurros e gemidos,
Denotam o auge do querer dos enamorados,
Fruto do escorregar dos lábios nos beijos compartilhados,
Reflete nos corpos enlaçados e suados dos amantes embeiçados

Adelino Gomes-nhaca
 
Beijos sem carroço

...Ser poeta

 
...Ser poeta
 
Poeta não escreve,
Pinta a verdade.

Poeta não declama poesia,
Chora na poesia.

Poeta não ama,
É fonte do amor.

Poeta não é fingidor,
É tenor da razão
No desatinar da verdade.

Poeta não é dono da escrita,
Da escrita extrai a paz
Versada de felicidade.

Adelino Gomes-nhaca
 
...Ser poeta

Junta-te ao reino da luz

 
Junta-te ao reino da luz
 
Plebeu chora de coração vasto,
Poeta de alma sensível chora,
E na balança, partilham honra
Que separas com teu instinto insólito.

São indivisíveis águas do rio,
No mesmo leito depositam lágrimas
Jorradas pelos corações em lástima
À indiferença do teu mundo sombrio.

Saia das trevas
E junta-te ao reino da luz
Que detesta tua separação de favas.

A jurisdição não se constitui com inverdades
Nem de radares da tua magistratura
Que corrompe o barómetro da verdade.

Adelino Gomes-nhaca
 
Junta-te ao reino da luz

Se a primavera fosse feita pra amar

 
Se a primavera fosse feita pra amar
 
Se as estrelas fossem rosas do jardim,
Acolheria uma pra encantar tardes de paixão
Na primavera ausente de capim,
Que dos rebentos não teria compaixão

Se à lua pudesse falar
Pedi-la-ia que perpetuasse amor
Na primavera lunar
Livre das sequelas do terror

Se a lua falasse ao sol
Dos segredos primaveris,
Nenhuma paixão ficaria por desvendar

Se a primavera fosse feita pra amar,
Morreria desencantada
Pelos encantos dos beijos à beira-mar

Adelino Gomes-nhaca
 
Se a primavera fosse feita pra amar

Nas curvas do tempo vencido

 
Nas curvas do tempo vencido
 
Nas minhas costas curvas
Não levo rancor nem ódio,
Levo amor vivido
Que guardo e com todos divido
Nas curvas do tempo vencido

Adelino Gomes-nhaca
 
Nas curvas do tempo vencido

Adelino Gomes