Fui louco
Fui eu que fiquei parado,
Olhando a mesma lua,
Sonhando o passado...
Onde a minha vida encostava-se à tua!
Fui eu que fiquei esperando
Que a brisa voltaria
Ao meu peito reencontrando
E a minha paz viveria!
Fui eu que acreditava
Que seria mais uma revolta do mar,
Daquelas quando o sol brotava
Voltaria à calma encontrar!
Fui louco de ousar sonhar,
Que alguém leria meus poemas,
Tristes, sem títulos ou temas,
E haveria de se apaixonar!
Kleber de Paula
Como um Livro Bom
Eu li a cada noite seus problemas,
Risos, tristezas, sonhos e medos
E guardei entre meus dilemas
Seu jeito mais perfeito em segredo!
Decorei como quem decora um livro bom,
E lê duas, três ou inúmeras vezes
Sentindo em cada nova leitura...
A felicidade dos primeiros meses!
Morri quando partiu, senti sua falta
E me vi sangrar diariamente.
Eu amei como Deus ensinou amar,
Tão forte, e suave, naturalmente!
Kleber de Paula
Do que são feitos meus versos...
São meus ais de dor
Que ao fim da noite derramo,
Nos escombros do que restou...
Pelo tanto que a amo!
Kleber de Paula
Junto de Deus
Relâmpago por cima das nuvens,
Uma onda agitada que inunda...
Os pensamentos confusos, no abismo
Onde perdida, a alma se afunda!
Não há vida, nem saudade
Apenas a luz de uma vela que pousa
E desmancha-se, como um dia minhas esperanças...
Sobre a frialdade morta da lousa.
Onde habito, descansando
Do sono o qual os seres estão fadados!
Salvação dos suícidas,
Consolo dos mártires apaixonados!
Um silêncio, uma paz inquieta...
Olhar fechado a vagar no nada!
Todo sonho morrido!
Toda a alma dilacerada!
No fel de um sonho
Que assim como eu...
Partiu-se dentro de mim
E juntou-se a Deus!
Kleber de Paula
A Mulher que amo...
Mulher, que me inspiras
À quem minha alma suplica por amor;
Nos sonhos, tu me fascinas,
Na realidade... enche-me de dor!
Cada verso que escrevo...
São murmúrios do meu coração!
Poesias inteiras derramadas,
Escravas de tua sedução!
Nos teus olhos...
Encontro a luz do sol pela manhã,
Teu mais doce sorriso
É o diamante reluzente que chamo talismã.
Quando por vezes, sobre a cama,
Sentado, observo a lua pela janela...
É a tua imagem que me vem ao pensamento
Enquanto o coração sussurra: - É ela! É bela!
As palavras na mente chegam a desaparecer...
Os adjetivos fogem quando ouso compará-los à você!
Correm pela gramática, assustados, sem fé
Ao se verem tão desprezíveis, ao lado de ti, mulher!
Como posso esquecê-la?
Se tu és o pedido da minha oração mais secreta!
Se tu és a estrela...
Que ilumina e inspira... e faz a alma ser poeta!
Deixe-me beijar seus pés...
E desfalecer em delírios!
Deixe-me falar ao teu ouvido
E em seu pescoço sussurrar meu suspiro!
E quando a noite já estiver calada
E o sol pronto para nascer,
Quero profanar ao universo que és minha amada
E acordá-la dizendo: - Eu amo você!
Quero observá-la adormecida...
Em seu sagrado manto.
Não porque admiro-a, nem porque adoro-a...
Mas porque és a poesia da minha vida
E a mulher que tanto amo!
Kleber de Paula