NOSTALGIA
Essa sensação maravilhosa
Que percorre pelo meu coração
Felicidade do poder de lembrar
Eis que os velhos tempos
Começam a se materializar
E sobre uma casca velha e pútrida
De alguém que busca a destruição
Posso sentir-me de novo juvenil
Despertar um inocente e puro coração
Sensação de tristeza
De uma época que não vai voltar
Sensação de esperança
De um futuro melhor
Que poderá chegar
São tantos os sentimentos envolvidos
Fica difícil de organizar
Tamanha pequenez de minha alma
Fotos e pessoas mortas
Tão bem entrelaçados entre um retrato
Mas o tempo bateu a minha porta
Parece que expirou o contrato
Um olhar ao céu que me remedia
Junto de uma viagem na minha mente
Para aquele terreno verde e frutuoso
Chamado passado
Onde os frutos que havia colher
Apodreceram no chão estéril do meu presente
Aqueles rapazes tolos
E aquelas garotas belas
Cresceram e se tornaram
A energia das cidadelas
A cidadela do futuro
Nostalgia
Porque me deixa feliz?
Porque me faz sofrer?
Sem estas lembranças do meu passado
Não terei mais onde correr
Ministério do Espaço-Tempo adverte: Olhar para o passado demais acaba assassinando seu presente
Escrito por: Cláudio Gabriel
Cafeína
Me mantendo acordado
Pela corda no pescoço
Apaziguei minha cabeça
Estreito e firme pensamento
Mas é difícil controlar
Este agitar que da nos nervos
Não vou poder me segurar
Posso explodir nesse momento
Cafeína
Preciso de cafeína
15 horas acordado
Sem descanso pra almoçar
Cafeína
Cafeína me fascina
Cafeína no meu sangue
Pra poder me aliviar
É melhor que cocaína
Ela é minha heroína
Tem efeito entorpecente
Está queimando em minha mente
Sem café não tenha ideias
Sem café não tem esforço
Sem café fico entediado
E me mantendo acordado
Com a corda no pescoço
Escrito por: Cláudio Moura
Café é gostoso em pequenas doses, principalmente em meio a uma manhã com bastante neblina.A névoa se desdobrando em meio aquela pequena fumaça é uma sensação maravilhosa
CAIXA DE ALMAS
Ali elas estão
Brandas e imperceptíveis
Nas vitrines de supermercados
Esperando ir a sua casa
E dominar sua família.
Todos os dias
Abrem seus olhos
Com pupilas aguçadas
Cheias de informações banais
E propagandas aos montes.
Tudo isso para iludir
Aqueles que as observar
Roubando sua atenção aos poucos
Deixando-te um futuro que ninguém quer pensar.
Programas sem Conteúdo
Geram um vício exagerado
Tudo ilusão
Marcas famosas nos iludem
E todo nosso dinheiro evapora
No ar...
Esta no ar...
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Mais um dia em alto mar
Viajando por águas turbulentas
Sem nenhum rumo a tomar.
O capitão, de fato
Ninguém sabe para onde veleja
Ele apenas nos empurra
Para o destino que deseja.
Mas que estranho, pensei eu
Naveguei tanto e não vi um vintém
Não, agora o que vejo...
É um redemoinho vindo do além
Um turbilhão de informações
Compre o nosso, apague isto
Baixe nosso aplicativo
Refresco de fruta, é Frisco.
De seu centro, surgem feras
Se preparando para o ataque
Já estou sentindo a dor
WILBUR, PREPARE O CONHAQUE.
A força deles é surreal
Me derrotarem sem eu ver
Talvez as garruchas da Avira
Dariam chance para vencer
Nós remamos com esforço
Mas o redemoinho é devastador
Somado as feridas causadas
Só nos resta esperar o terror.
Nossas forças esgotaram
Nosso navio agora é memória
Nos afoguemos com a mão no rato
E tudo isso entrou para a história.
Proteja-se da tempestade, Marujo
MELANCOLIA
Eu pensei que o tempo
Ajudaria a mudar as coisas
Que tudo iria melhorar
Cada dia seria algo que
Dormiria só para ter mais um
Enganei-me de novo
Maldita melancolia que me ataca
Tudo cada vez mais fica sem graça
Cada minuto é um momento de tortura
Passar por pelas horas do dia acordado
Está se tornando demais para mim
Parece que a vida é completamente doce
E eu sou diabético
Talvez não esteja a apreciando corretamente
Mas não muda muito as coisas
As pessoas, os lugares
Tudo está com um tom cinza
Amargo e vazio
De novo, de novo e de novo
Ficar triste é bom às vezes.
Traz um misto de sentimento nesta bela e dolorida vida.
Só não se acostumem com isso.
Pupilas Vazias
A neblina densa
O ambiente escuro
Mais para quem não enxerga
Isso é natural
Com as pernas frouxas
E os ossos moídos
Contorço-me tentando esquecer
Não vejo a luz
Não sinto meus passos
Não tenho cordas vocais
Para me socorrer
Como se não estivesse em meu corpo
Apenas a baixa respiração
Também pudera
Eu estou dormindo...
Só me pergunto como estou escrevendo...
ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...
Escrito por: Cláudio Gabriel
Eu Sabia Destrancar a Porta...
Era mais uma noite de penumbra
O vento gritava em agonia
A insônia puxou-me com rigidez
Mais uma vez, minha tristeza florescia.
Estava preso naquela sala
Murmurando minha solidão
Tentando buscar culpados
Por eu estar em tal situação
Mas já sabia como escapar
"Vou tentar, sem fraquejar
Desta prisão a qualquer custo escapar"
“Já sei como destrancar a porta”
Eu repetia mentalmente
Três giros para a direita com um pequeno ferrinho
Um giro na maçaneta e a liberdade está à frente
Não seja tolo
Não vê os cachorros a repousar?
Dois matadores inclementes
Que vão trazer-te entre os dentes
E teu plano estúpido esmigalhar
“Parte de minha carne pela liberdade? ”
A esperança me bate, vale a pena o sacrifício
Não me segure, ó pensamentos
“Já sei como destrancar a porta”
Eu repetia novamente
Uma missão eu tinha que conduzir
Mas tinha até o amanhecer para cumprir
Não seja tolo eu repito
Não vê aquela forma na cadeira ali a fora?
Um homem sentado com uma espingarda a mão
Essa deverá ser a sua perdição
Ouvi com as paredes sobre sua munição
Apenas uma bala está de prontidão
Mas espera fugir de um tiro tão certeiro?
Não irá ter liberdade
Sua morte chegará primeiro.
“Chumbo quente em minha carne em troca de liberdade? ”
A esperança me bate, vale a pena o sacrifício
Não me segure, ó pensamentos
“Eu sei como destrancar a porta”
Sussurrava impaciente
Era um sonho que se formava
E em minhas mãos se repousava
Não seja tolo, torno a dizer
Fugir daqui? Não vai acontecer
Tiros e mordidas são só o começo
Os dias de fuga serão o seu preço
E o desfecho?
Em sua face está estampado
No fim, o lugar onde você se assenta
Mal terá se esfriado
Ó pensamentos
Pensamentos malditos
“Não compensa essa minha liberdade”
Concluo desolado
Adormeço com o peso do fracasso
E perceba, meu caro
Eu sequer dei um passo
A manhã se aproximava
Mostrando o que era oculto
Meu medo não passava de vulto
Chega até a ser um insulto.
Quanto ao sujeito lado afora estirado
O guarda tinha dormido no ponto
Foi um realmente um tonto
De não ter me arriscado.
Essa frustração que me consome
É um sentimento profundo
Porque não parei por um segundo
Para fazer o que realmente importa.
Continuo isolado nesse fim do mundo
E eu sabia como destrancar a maldita porta.
Quantas portas você já desistiu de destrancar por medo do que viria depois, sacrifícios a serem tomados ou até mesmo falta de confiança? Por sorte a vida não é uma cela, então novas portas podem aparecer. Abra essa porta que te prende e clame por sua liberdade.