Fernando Pessoa : A miséria do meu ser
em 14/07/2008 17:50:00 (11246 leituras)
Fernando Pessoa

A miséria do meu ser,
Do ser que tenho a viver,
Tornou-se uma coisa vista.
Sou nesta vida um qualquer
Que roda fora da pista.

Ninguém conhece quem sou
Nem eu mesmo me conheço
E, se me conheço, esqueço,
Porque não vivo onde estou.
Rodo, e o meu rodar apresso.

É uma carreira invisível,
Salvo onde caio e sou visto,
Porque cair é sensível
Pelo ruído imprevisto...
Sou assim. Mas isto é crível?


**************************************************


Imprimir este poema Enviar este poema a um amigo Salvar este poema como PDF
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
jessé barbosa de oli
Publicado: 19/07/2008 17:59  Atualizado: 19/07/2008 17:59
Da casa!
Usuário desde: 03/12/2007
Localidade: SALVADOR, Bahia
Mensagens: 334
 Re: A miséria do meu ser
este poema erige dois caminhos
que se fundem numa estrada:
o enigma de si mesmo e a consciência
de um olor cênico.
ambos a compor um auto-retrato
bem intimista, introspectivo.

Links patrocinados

Visite também...