Eugénio de Andrade : Até Amanhã
em 06/10/2014 19:10:16 (4721 leituras)
Eugénio de Andrade

Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.

É primeiro só um rumor de espuma
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.


Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"


Imprimir este poema Enviar este poema a um amigo Salvar este poema como PDF
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/10/2014 11:23  Atualizado: 12/10/2014 11:23
 Re: Até Amanhã
«Sei agora como nasceu a alegria,
como nasce o vento entre barcos de papel,
como nasce a água ou o amor
quando a juventude não é uma lágrima.»


Fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/ne ... m_mode=nest#ixzz3FvdtdOpl

o q mais me deixa com um embasbacamento pela admiração é o tom q ele usa nessa poesia, a escolha simples e calma das palavras, a forma como nos encontramos no meio do verbo, porreiro mesmo,sou fã

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/04/2023 17:35  Atualizado: 26/04/2023 17:35
 Re: Até Amanhã
Até amanhã

Links patrocinados

Visite também...