Poemas : 

«« Conversa de ti em mim ««

 
Vou te contar baixinho, o meu segredo
Quero acreditar que um dia … um dia
Irei ver o mar, entrarei nas suas águas
Me perfumarei na fresca maresia
Bem lá no fundo encontrarei um rochedo
Que me acolherá no seu seio
Me conduzirá ao areal tórrido
Me fará perder o receio
De morrer sozinha num vazio esvaído
Pela cercadura gélida do não
Me dirá em palavras temperadas
Pelo sal da emoção

Vem, vamos ver o mar
Vamos nele entrar
Vamos acreditar

Que o tempo de espera cessou
Que apenas por isso o mundo não acabou
Que uma pomba esvoaçou
Sobre as nossas cabeças

Espera… ainda não adormeças
Amanhã espero por ti na areia branca
A areia deslizante da solidão.

Antónia RuivoOpen in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
Texto
Data
Leituras
766
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
5
0
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Liliana Jardim
Publicado: 28/01/2010 18:41  Atualizado: 28/01/2010 18:41
Usuário desde: 08/10/2007
Localidade: Caniço-Madeira
Mensagens: 4412
 Re: «« Conversa de ti em mim ««
Belo, muito belo poetisa.

Sabes poetisa? ás vezes tambem falo asso de mim para mim.

Jinhos
Tudo de bom para ti


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/01/2010 19:22  Atualizado: 28/01/2010 19:22
 Re: «« Conversa de ti em mim ««
Espera…não adormeças ainda
Amanhã te espero
e nos amanhãs todos
do teu talento
fixemos aí
na areia branca
o estandarte contra a solidão.


Enviado por Tópico
Julio Saraiva
Publicado: 29/01/2010 10:38  Atualizado: 29/01/2010 10:39
Colaborador
Usuário desde: 13/10/2007
Localidade: São Paulo- Brasil
Mensagens: 4206
 Re: «« Conversa de ti em mim ««p/alentejana
Fechado, triste, belo, poeta (odeio a palavra poetisa). É poeta mesmo, Antónia - e o nome é lindo.Os três últimos versos que rematam o poema são achados, parecem colhidos com as mãos.

j.