Não sei compor poemas, mas vejo meu:
Eu-em-ti
ela trás alívio
não imediato
mas paulatino...
a princípio, um ribombar no coração
frêmito n’alma
discreto tremor nas mãos
sinto aconchegar-me um terno calor
como uma mão que afaga
que acalenta
que mima
que me acalma:
são seus olhos a pairarem sobre minh’alma
a acalentar minha mágoa
alentando minha dor
que dói
nem sei por quê...
pois a tenho
tal como tenho o universo
que
com o espírito
abraço
num segundo...
e
com os olhos
perco
na curva infinita
desse infinito mundo...
faz de mim:
menino-homem
criança mimada
de Rosa-ladrão
dá-me:
teu mel-sabor
tua voz-canção
teu perfume-odor
tu’alma-coração
estraga-me-consertando
concerte, no mundo
nossa canção
que só os ouvidos surdos auscultam
ao som do vento morno
vindo do timbre de um pássaro
no compasso
do coração