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Poemas : 

«« Poema de nada ««

 
Se eu um dia escrever um poema de nada
Não me olhem com ar pasmado, ou indolente
Tão pouco me vejam, pedaço de gente
No dia em que escrever um poema de nada

Será o nada de um vazio, estarei de abalada
Para além da vista, para lá do poente
Simplesmente virei-me de frente
Para uma curva escura e apertada

Sumir-me-ei numa nesga de sol em prol
Das ideias que por cá ficarão
Aproximar-me-ei pé ante pé de um velho farol

Escreverei na sua lanterna com sofreguidão
Antes de fechar os olhos ao virar da curva
Redigirei nada, lá atrás os versos, a minha paixão

Antónia RuivoOpen in new window

Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

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Antónia Ruivo
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Soslaio
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/05/2010 18:21  Atualizado: 01/05/2010 18:21
 Re: «« Poema de nada ««
Lindíssimo este poema. Um nada que pode ser tudo.

Não importa se a caminhada é lenta, mas segue sempre o velho farol.


Beijo azul


Enviado por Tópico
mariagomes
Publicado: 01/05/2010 20:00  Atualizado: 01/05/2010 20:00
Colaborador
Usuário desde: 18/04/2010
Localidade:
Mensagens: 1614
 Re: «« Poema de nada ««
olá, são os poemas do nada, que nos dão a inspiração para ultrapaçar-mos todas as barreiras da vida, é bonito.
beijo
mariagomes

Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 01/05/2010 20:17  Atualizado: 01/05/2010 20:17
Usuário desde: 28/07/2009
Localidade:
Mensagens: 10497
 Re: «« Poema de nada ««
Um soneto com muito sentido, achei lindo.

beijo
rosa

Enviado por Tópico
TRIGO
Publicado: 01/05/2010 20:34  Atualizado: 01/05/2010 20:34
Colaborador
Usuário desde: 26/01/2009
Localidade: Cabeça-Boa - Torre de Moncorvo
Mensagens: 2309
 Re: «« Poema de nada ««
...
olá antónia

Se eu um dia escrever um poema de nada
Escreverei na sua lanterna

E, Eu
quererei estar lá, para
Ver!



beijo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/05/2010 21:01  Atualizado: 01/05/2010 21:01
 Re: «« Poema de nada ««
Um soneto de coração apertado, mas tão belo!

Esta menina respira poesia!

Beijinho

Marialuz

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