«« Maltrapilho ««

Antónia,
É bom que paremos e olhemos nos olhos dos pobres que não têm casa, comida e lutam apenas pela sobrevivência.
Olhar nos seus olhos é um tiro na nossa arrogância e vaidade e há já tanta miséria envergonhada. Nada nos garante que tal desdita não nos possa também bater à porta.
Um soneto bastante pertimente e reflexivo.
Beijinhos na alma
Nanda

Antónia,faz-me envergonhar porque me esqueço ou fecho os olhos ou vejo só no pensamento.
Um beijo

Trago-te o meu "vestido de matrapilho"
para juntar ao teu...é só mais um que anda por aí...

Na noite no escuro e no frio,
vai procurando no rasto da sorte
seguindo em paralelo com a morte.

Em rios de sequências mudas
nos prefixos dos entes
de quem já segue, sem norte.

Vai seguindo a monte,
em pé descalço e frio,
vestido de maltrapilho,
com o rosto rosado do frio.

Foi quem desta noite fugiu,
procurando outro sitio,
de solidão se vestiu
e ao relento dormiu.

Como um rato
o caixote do lixo, evadiu.
Numa alma sofrida
abriu os braços
ao céu
e a prenda emergiu...

Pois encontrou o resto da gula
de quem muito consumiu,
em ouro que não luziu
nessa alma que procura.

Beijocas doces

Excelente soneto, Antónia.
Que nos faz reflectir.

É preciso conseguir que todos possam viver com dignidade.

Beijinho,

Paulo

Antónia:

que belo poema que nos fala de uma realiidade tão tiste e tão actual.

AS vezes esquecemos-nos um pouco desta realidade,fechamos os olhos para não a enxergar,passa-nos ao lado,para não nos envergonhar-mos.

Este tambem é um espaço para despertar consciencias.

Gostei muito.

Beijo

Uma realidade brasileira!
Não sabia que portuguesa também!

beijos meus!

É preciso olhares como os teus, actuantes nem que seja pela escrita que grita!
Um beijo

Nunca é demais alertar para esta dura realidade e tu consegues sempre tocar no coração com mestria.

Beijos

Quando a pobreza for extinguida não haverá bandido nem desigualdade. parabéns! Lindo!
Beijo

Enquanto houver crianças abandonadas seremos sempre uns maltrapilhos da alma. Gostei muito do poema...Beijinho

Agradeço a todos, a solidariedade, não imaginam como fico feliz por sentir que não estou sozinha nesta cruzada de denunciar as desigualdades da nossa sociedade, é muito pouco,uma gota de água no oceano mas quem sabe a sociedade não se vá humanizando aos poucos, bem Hajam

Sempre bom abrir a página do Luso e encontrar
poemas conscientes. Aplausos!
Veja: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=63323
Beijos!