Não terminou o espetáculo
Quando as cortinas baixaram,
E os aplausos ecoaram.
Continuou o espetáculo
No sorriso refletido no espelho,
Do ego que ainda dançava.
Não terminou o espetáculo
Quando todas as luzes se apagaram,
E suas vitimas partiram.
Ele voltou à cena do crime,
Onde iludiu pessoas com sua eloqüência,
Arrancou corações e fez suspirar almas.
O silencio imperava.
E somente sua respiração,
Respondia as batidas do seu coração.
Diante dele uma platéia muda
De anjos complacentes,
Aguardando seu grito de dor.
Não! Gritou em fim
Ainda não terminou!
Saiu cabisbaixo e ganhou a rua.
A chuva serviu de álibi
Para as lagrimas que rolavam
E seguiu no anonimato.
Não desistiu de viver
E o espetáculo continua,
Sem deixar pistas do crime.