Poemas : 

A Mão Que Bate

 
Ferem-me teus olhos frios punhais
Minha voz jaz... Tremula e rouca
Os meus olhos perdem tons colorais
Os meus lábios já não te roçam a boca...

Estico meus braços e nunca te alcanço
Meus dedos fingem que podem te ver
O castigo chegou como um rio manso
Banhando de lágrimas eu e você...

Singro minha nau em águas tais e bravias
Apenas os sulcos da quilha como testemunhas
Enquanto minhas costas procuram tuas unhas
Meus olhos procuram por águas mais tranqüilas...


Unhas de aço me dilaceram todas as tripas
Sinto mãos apertando o meu frágil coração
Cólicas terríveis me intumescem a barriga
Perdido estou... Sem ares e sem um chão...

As noites são longas, tristes e mal dormida
O amor que alimenta também é o que maltrata
O castigo é apenas um rio de lenta corrida
A mão que bate é a mesma que nos afaga.


Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/08/2011 23:38  Atualizado: 11/08/2011 23:38
 Re: A Mão Que Bate
Entre um homem e uma mulher,a única coisa que pode bater forte, é o coração. ( autor desconhecido)

Gostei muito do seu poema, senti uma agonia e uma dor... enfim, gostei muito mesmo, profundo e intenso.
Beijos mil :*


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 11/08/2011 23:40  Atualizado: 11/08/2011 23:40
 Re: A Mão Que Bate - Para o Gyl
Taí, gostei. Ficou muito bom, Gyl.

Gosto quando você faz poemas assim.


Enviado por Tópico
Danclads
Publicado: 11/08/2011 23:49  Atualizado: 11/08/2011 23:49
Da casa!
Usuário desde: 14/07/2011
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 Re: A Mão Que Bate
Poeta, um belo poema: ritmo, profundidade, beleza, intensidade, tudo nele está contido. Madurezas... Bravo!!!


Enviado por Tópico
Migueljaco
Publicado: 11/08/2011 23:51  Atualizado: 11/08/2011 23:51
Colaborador
Usuário desde: 23/06/2011
Localidade: Taubaté SP
Mensagens: 10200
 Re: A Mão Que Bate
Boa noite Caro poeta, seu personagem se diz enfadado diante das tentativas que tem feito para vivenciar uma relação afetiva satisfatória, mas tudo conspira em contrario, sobrando-lhe apenas as grandes frustrações, parabens pelo seu contundente poema, MJ.