Poemas : 

Natalícia

 
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Viva isto,
Abaixo aqueloutro!

Inchados de esperança miragem,
Arfam peitos do povo
No cantar fúnebre,
Que se junta
Ao ritmado rufar de tambores
Em cada natalícia morta
No macabro berço da bebé velha.

No sétimo aniversário
Sem velas
Pra mover a tempestade
Nem fatias de pão
Pra deusa da velhice,
Bebé tanto berra,
É o cerco da fome.

Recomenda-se-lhe
Chucha no estrangeiro,
Que mão maligna alguém
Mete no bolso de canguru

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
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Upanhaca
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Enviado por Tópico
Peta
Publicado: 14/11/2015 20:10  Atualizado: 14/11/2015 20:10
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Usuário desde: 24/06/2015
Localidade: Lisboa
Mensagens: 710
 Re: Natalícia
Nos momentos da proclamação das independências dos países colonizados, tudo é bem delineado nos primeiros anos e com o tempo esse delineio acaba por desvanecer.

Poema pra refletir às independências em África.
abraços, Peta.