Poemas : 

Exercício Poético (De Alguns Espelhos)

 
Eu sou algo que nada é
Vento gelado na face
Resposta sem questão
Gente estranha sem fé
Artimanha sem classe
No limiar da ficção

Tu és sombra sem luz
Rio seco sem água
Página sem palavras
Sol que a Lua seduz
Tristeza sem mágoa
Da terra que lavras

Ela é mar sem rosas
Mar crispado que ri
Beijo dado sem amor
Céu azul que gozas
Coisa que nunca vi
Sem frio, sem calor

Nós somos metade do que eras
Tempo fecundado sem destino
Cruzes brancas sem outro jardim
Outonos de novas primaveras
Que tão louco não descortino
De névoas ligeiras sem fim

Vós sois a árvore que aqui vive
As folhas secas do longo abraço
Aquela memória sem história
O passado que nunca eu tive
A terra velha, passo a passo
Silêncio de olhos fechados, glória

Eles não são tudo e mais nada
Irrisórias incógnitas matemáticas
Nuvens cinzentas que espelho
Chuva, Temporal, enxurrada
Conversas levianas, pragmáticas
De quem cita o evangelho


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
Autor
Alemtagus
Autor
 
Texto
Data
Leituras
514
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
2
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Tonton
Publicado: 29/01/2017 01:15  Atualizado: 29/01/2017 01:15
Colaborador
Usuário desde: 13/09/2016
Localidade:
Mensagens: 612
 Re: Exercício Poético (De Alguns Espelhos)
lindo