Poemas : 

Segundo Ato

 
Pássaros sonham
na madrugada.
O Homem
descreve
centenas
de pecados
projetados
no chão.

O Sol devolve cores
furtadas no caos.

Desvio
pensamentos
e palavras
no final
da rua.

Reclamo:
-Está na hora!
-Está na hora!

No travesseiro
sinto teu cheiro.

Entorpecido
me entrego
aos campos
da saudade.

Renasço
em cada
século.

Remendo ciclos.
Não costuro vestidos
com fios de angústia
e lágrimas.

Bordo a alma
com ternuras.

Às vezes sou
um pano
desbotado
e um nó
desfeito
no vento.

Vejo a ponta
da mesma faca
que fere e sangra.

Importa-me
a verdade cênica
no segundo ato?

Acham-me louco?
Descem
as cortinas
do tempo.
Só eu vejo
estrelas.

Tempestades passam
nesta viagem.
Ardem
palavras
sufocadas.

No meio
do caminho
há recomeços
e atalhos.

Ainda espero
cores e traços
de sonhos
desenhados
na alma.

Há-de restar centelhas
de gratidão.

Onde queres
me levar nessas
mãos apertadas?

O que
há nesse
relógio ?

Repito finais.
Deixe-me
acariciar
o vazio.

A Vida é um laço.
Desata-se qual nuvem de abril.

O tempo espia.
Hoje sou nada.
Amanhã serei
a alma que desliza
na mudança
de cenários.

Sonho dentro
de outro sonho.
Eu mesmo
interpreto
Jean Genet.


Poemas em ondas deslizam nas águas.

 
Autor
RaipoetaLonato2010
 
Texto
Data
Leituras
360
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.