Observo suave caminhar, 
o leve pisar, daquele gato.
Constrito sorvo absorto
a introspecção desse ato.
Sem alarido corta o remanso.
Em sutil movimento arredio,
salta um momento fugidio 
para o silencioso descanso.
Como num ritual sagrado
cada dogma é celebrado
com reservada harmonia, 
paz e inusitada calmaria. 
Especulo por zeloso sigilo
que cerca ecumênico fato,
o sacro respeito ao sossego
que venero, saúdo e acato.
Alheio ao impassível felino
percebo aturdida verdade, 
a importância do silêncio
pacificador da realidade.
                
"Viver é confrontar o caos no cotidiano, 
evitando cair nas armadilhas da depressão."