Nem tantos são maus nem os demais são bons
Ambos dormem ao relento no regaço das mães
Num chão frio pedinte coberto de outros iguais
Segredam entre si velhas mezinhas a dois tons
E a fome assediava seus corpos com mais pães
E a morte morria às mãos dos desejos canibais
O último grito ainda se pintava de negro sem cor
Fundindo a sombra com uma luz fraca sem olhar
Naquele gozo incontido de uma última despedida
Depois ergueu lenta a cabeça num esgar de dor
Aplaudiu uma vida nua que ninguém quis salvar
Partiu sem destino ao lado da palavra esquecida
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma