caminho no Inferno’ num inferno danço e volteio envolto por musas desnudas incrédulas com a sorte que têm’ um homem para devorar’ deixado atormentado desolado e disposto à sua mesa refeição abundante de um miserável mel de musas e medusas’ o vinho da Última Ceia
reflexos das minhas reflexões orações das matinas e das laudes’ senhora’ porque te chamam das Dores’ que dores são as tuas que as nossas não tiraste’ tu não sabes’ tu não sabes’ tu’não’sabes
este é o meu altar lugar da minha crucificação e redenção despi os paramentos’ retirei os ornamentos’ só o cíngulo me veste o corpo nu’ longe da castidade perto do pranto desgraçado de um homem em pecado não mereço atos de contrição ou perdões inconscientes de conscientes impiedosos o cheiro é horrendo’ honorável senhora alva o cheiro que sentes que invade este espaço é o dos meus pecados que me enoja e enjoa vejo o fumo do fogo que os queima’ os meus atos pecados queimados vivos
anátema eu’ a inquisição voltou
senhor’ sou pecador’ ajoelho na pedra dura e benzo-me com as pedras do chão’ o sabor do sangue’ o sabor do vermelho esconjurado’ insuficientemente banido’ incredulamente vivido por séculos de décadas decadentes e indecentes a morte não me chega’ chaga do mundo moderno’ vede’ senhor’ como me fizeste’ o que fiz eu’’ não me punas por aquilo que fiz’ pois eu homem imundo só vivi o que me deixaste viver eu’ natureza animal de vontades hediondas medonhas ofereci-te em sacrifício não me punas por aquilo que não fiz pois eu’ homem de deus’ fiz-me à sua imagem
vê-lo’ é belo’ enganador’ a beleza das virgens’ a atração das sereias’ o perfume de mulher quer’
estou à vossa mercê’ estou pronto’ não estou’ sei que bem não fiz’ qual foi o mal’ sei que não tenho perdão’ que mereço excomunhão’ uma morte decapitada na cadeira elétrica’ o meu corpo crucificado’ o meu corpo arrastado pelas ruas em sangue até que já não possam comigo até que se cansem de mim até que me larguem num largo qualquer onde nem um abutre me há de querer
. . . O poema sugere-me replicar as palavras ditas pelo centurião romano ao Messia que seu servo estava muito doente.. a pessoa do Mestre, óbvio, não era uma Maria Madalena;
isto segundo S.Mateus;
"Senhor eu não sou digno de que entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo
...e em atendimento ao Gênesis;
"não me punas por aquilo que não fiz pois eu’ homem de deus’ fiz-me à sua imagem e semelhança"
É um poema regenerador da Fé, e por isso lindo, messiânico, agregador...